Em 1977, numa família de professores comum em Lianyungang, Jiangsu, nasceu uma criança que viria a ser conhecida no mundo das criptomoedas como "o prisioneiro mais rico da história" — Zhao Changpeng, mais tarde famoso como CZ.

Este nome acabaria por agitar as fortunas globais, mas seria também uma temporada atrás das grades a acrescentar o toque mais surreal à sua lenda. Tudo começou quando ele tinha 12 anos.

Nessa altura, toda a família emigrou para Vancouver, no Canadá. Sem contactos nem recursos, o jovem Zhao teve de trabalhar numa bomba de gasolina. Via os seus pares a exibir carros de luxo, enquanto ele próprio conduzia o velho carro do pai, prestes a desfazer-se. Mas este rapaz era diferente — não se importava com as aparências, era obcecado por tecnologia.

O curso de informática na Universidade McGill tornou-se o seu paraíso. Aos 27 anos, já era um dos principais técnicos da Bloomberg em Nova Iorque, Londres e Tóquio, com um salário de fazer inveja aos colegas. Se tivesse continuado por esse caminho, teria seguido o guião típico de um quadro de Wall Street: fato impecável, independência financeira, uma vida tranquila.

Mas o CZ não era pessoa para se conformar.

Despediu-se, regressou à China e lançou-se no empreendedorismo em Xangai, dedicando-se ao desenvolvimento de sistemas de negociação de alta frequência para corretoras. Na prática, era o principal programador do sector fintech, a escrever código e corrigir bugs todos os dias, numa aparente estabilidade. Se tivesse continuado assim, provavelmente hoje seria um milionário discreto do sector tecnológico.

Mas as grandes mudanças da vida costumam surgir nos momentos mais inesperados. Foi numa partida de cartas em 2013 que o seu destino mudou para sempre.

À mesa, um dos tubarões bateu-lhe no ombro e disse-lhe...