Japão sofre outro sismo de magnitude 6,6 após o forte terramoto de 7,5! Turistas chineses: Fugimos a rastejar e a correr

Na noite de 8 de dezembro e madrugada de 9 de dezembro, ocorreram 3 sismos fortes consecutivos em 24 horas ao largo da costa leste de Honshu, Japão. O sismo principal teve magnitude 7,5 e profundidade de 50 km, seguido por réplicas de magnitude 5,6 e 6,6. Um turista chinês em Aomori descreveu: “Todo o edifício abanava, fui a rastejar para a casa de banho para me abrigar, foi o maior sismo da minha vida.”

Linha temporal aterrorizante de três sismos em 24 horas

Segundo a Rede Sismológica da China, às 23h15 do dia 8 de dezembro (hora local), ocorreu um sismo de magnitude 7,5 ao largo da costa leste de Honshu, Japão (latitude 41,00°N, longitude 142,35°E), a uma profundidade de 50 km. Este é um dos sismos mais fortes na região desde o Grande Sismo do Leste do Japão em 2011. Apenas 18 minutos depois, às 23h33, ocorreu novo sismo de magnitude 5,6 ao largo da costa leste de Aomori, com intensidade máxima de grau 3.

A NHK interrompeu a programação regular para uma emissão de emergência, repetindo avisos para que a população procurasse zonas seguras. No ecrã passavam informações atualizadas sobre a intensidade dos sismos e alertas de tsunami, com os apresentadores a reiterar ordens de evacuação com voz urgente. Quando parecia que o desastre tinha terminado, às 6h52 do dia 9, novo sismo de magnitude 6,6 ocorreu ao largo da costa leste de Honshu (latitude 40,95°N, longitude 143,45°E), a uma profundidade de 30 km.

Até à 1h56 do dia 9 (hora local), foram observados tsunamis em várias regiões do Japão, incluindo uma onda de 70 cm na cidade de Kuji, província de Iwate, e ondas de 10 a 50 cm em Hokkaido, Aomori e outras regiões. Às 6h20 (hora local) do dia 9 (5h20 em Pequim), a Agência Meteorológica do Japão levantou todos os alertas de tsunami, mas sublinhou que o risco de réplicas se mantinha.

Turistas chineses relatam abalos infernais

“De repente, todos os dispositivos eletrónicos começaram a emitir alertas sísmicos, e o edifício inteiro começou a tremer. Eu estava no 3.º andar do hotel no Aomoriya, província de Aomori. Foi o maior sismo da minha vida, fui a rastejar para a casa de banho, o abalo durou imenso tempo, parou finalmente, vesti-me e desci. Vi muita gente no átrio do hotel, saí para apanhar ar, e de repente novo alerta, veio a segunda réplica.” Um turista chinês em Aomori relatou ao jornalista.

O relato deste turista ilustra o terror do momento: telemóveis, televisões e rádios a emitir alarmes estridentes, e de imediato o edifício a tremer violentamente. Embora os edifícios de madeira e aço no Japão sejam resistentes a sismos, abalos de magnitude 7,5 provocam trepidações intensas. As casas de banho, devido à estrutura reforçada e tubos densos, são consideradas zonas relativamente seguras durante um sismo. Muitos turistas referiram que a duração do abalo superou as expectativas, com o sismo principal a durar entre 40 e 50 segundos, acompanhados de objetos a cair e do ranger dos edifícios.

Segundo notícias da madrugada do dia 9, vários feridos foram registados em Hokkaido e Aomori, sobretudo por quedas e objetos a cair. Os governos locais de Hokkaido, Aomori, Iwate, Miyagi e Fukushima emitiram ordens de evacuação, com os residentes das zonas costeiras a serem instruídos a dirigir-se imediatamente para zonas altas.

Segurança das centrais nucleares sob escrutínio

Resposta de emergência das cinco centrais nucleares

Central Nuclear de Tomari, Hokkaido: Abalo de intensidade 2 sentido, dois reatores parados há muito tempo, sem anomalias detetadas, níveis de radiação inalterados

Central Nuclear de Higashidori, Aomori: Abalo forte de intensidade 5 sentido, reator parado há muito tempo, sem anomalias detetadas, níveis de radiação inalterados

Central Nuclear de Onagawa, Miyagi: Sem anomalias detetadas, unidade 2 em reinício, unidade 1 em desmantelamento, unidade 3 parada, níveis de radiação inalterados

Central Nuclear de Fukushima Daiichi: Descarga de águas contaminadas suspensa devido ao alerta de tsunami, sem anomalias detetadas, níveis de radiação inalterados

Central Nuclear de Fukushima Daini: Sem anomalias detetadas, níveis de radiação inalterados

Segundo a Agência de Regulação Nuclear do Japão, todas as centrais nucleares ativaram imediatamente os procedimentos de emergência após o sismo. A descarga de águas contaminadas de Fukushima Daiichi foi suspensa após o alerta de tsunami, sendo a primeira interrupção deste tipo desde o início das descargas. O governo japonês sublinhou que não houve alterações anómalas nos níveis de radiação monitorizados, mas a vigilância mantém-se.

A sombra do desastre nuclear de Fukushima em 2011 continua a pairar sobre o Japão, e cada sismo forte gera enorme preocupação pública sobre a segurança nuclear. O epicentro deste sismo ficou a cerca de 200 km de Fukushima Daiichi, e embora a intensidade tenha sido relativamente baixa, os alertas de tsunami levaram à adoção de medidas preventivas nas centrais.

Aviso severo da Agência Meteorológica do Japão

A Agência Meteorológica do Japão realizou uma conferência de imprensa na madrugada do dia 9, alertando a população para a possibilidade de novos sismos de intensidade semelhante durante a semana seguinte. Os responsáveis indicaram que se trata de um sismo de falha inversa na fronteira entre as placas do Pacífico e da América do Norte, normalmente acompanhado de réplicas fortes. A Agência não exclui o risco de sismos ainda mais fortes, incluindo a possibilidade de um sismo de magnitude superior a 8 nos próximos dias.

O Consulado-Geral da China em Sapporo emitiu um aviso urgente, pedindo aos cidadãos chineses, especialmente nas áreas costeiras do Pacífico de Hokkaido, Aomori e Iwate, que sigam as instruções das autoridades locais, preparem evacuação de emergência, evitem a orla costeira e assegurem a segurança pessoal. O Centro de Alerta de Tsunami do Ministério dos Recursos Naturais da China avaliou que o sismo poderia causar tsunamis locais ao redor do epicentro, mas sem impacto para a costa chinesa.