O Federal Reserve voltou à ação, desta vez cortando diretamente 25 pontos base, levando a taxa dos fundos federais para uma faixa de 3,50%-3,75%. Com esta, já são seis cortes consecutivos desde 23 até agora, com o ritmo tornando-se cada vez mais intenso.

A declaração oficial mantém o mesmo discurso de sempre — "expansão econômica moderada". Mas, ao analisar cuidadosamente o comunicado, fica claro que não estão tão otimistas: a velocidade de criação de empregos está caindo, a taxa de desemprego está aumentando, e a inflação ainda permanece elevada. Mais importante ainda é a frase "as incertezas econômicas continuam elevadas", que na prática significa: não sabemos exatamente o que acontecerá a seguir, então vamos cortar taxas primeiro e ver no que dá.

Na verdade, dentro do Federal Reserve também houve discussões acaloradas anteriormente, sobre qual impacto das políticas tarifárias e se ainda devem continuar cortando em dezembro. Mas, com os últimos relatórios de emprego, os dados tão ruins que não há mais espaço para argumentações, e os dovish começaram a prevalecer. Trump até reclamou que ainda não foi suficiente, dizendo que "a margem pode ser maior" — esse cara sempre quis que as taxas caíssem mais drasticamente.

A situação atual é como caminhar na corda bamba: ao mesmo tempo que querem controlar a inflação, temem um esfriamento da economia. O próximo passo vai depender se os dados do CPI e do mercado de trabalho não agrícola vão dar algum suporte. Para nós, que acompanhamos o mercado, ciclos de corte de juros geralmente significam liquidez abundante, mas se essa liquidez vai realmente se refletir nos ativos de risco ainda depende de quão dovish o Federal Reserve vai ficar posteriormente.