Atenção, pessoal, vem aí uma reviravolta no enredo.

As instituições de Wall Street mudaram subitamente o discurso ontem à noite — antes, diziam nos relatórios que era melhor “manter-se em observação”, agora estão todas a pedir cortes de juros de forma cada vez mais agressiva. As apostas do mercado dispararam para perto de 90% de probabilidade, isto já é praticamente um dado adquirido. Motivo? Os dados de emprego de novembro ficaram aquém do esperado, a Fed já não aguenta mais.

Mas o verdadeiro foco não está nisto. Cortar 25 pontos base? Isso é só para inglês ver. O que todos estão a observar agora é o que Powell vai dizer esta noite, e que sinais vão aparecer naquele gráfico de pontos.

Há rumores de grandes divisões internas: dizem que quatro membros do comité, de perfil mais restritivo, vão votar contra, e há quem possa propor logo um corte de 50 pontos base. Ainda mais importante — depois deste corte, vai haver outro? Segundo a Goldman Sachs, pode haver uma pausa para observar, mas o mercado está a apostar num ciclo contínuo de flexibilização. As orientações da Fed são sempre ambíguas, cada palavra tem de ser analisada ao pormenor.

Por isso, não fiquem já demasiado entusiasmados só porque ouviram “corte de juros”. As expectativas já estavam completamente em alta, cuidado com o risco de o “bom” já estar no preço e o mercado virar para negativo. A volatilidade de hoje à noite vai depender se Powell vai animar ou arrefecer o mercado.

Resumindo: o que está garantido não tem interesse, o que importa são as divergências e as incertezas. Achas que isto é o último mergulho, ou o início de um novo ciclo? Partilha a tua opinião nos comentários.