Departamento de Defesa Lança Nova Plataforma com o Gemini da Google em Investida de IA Militar

Em resumo

• O GenAI.mil entra em funcionamento com o Gemini for Government, à medida que o Pentágono expande a IA por toda a força.
• O sistema da Google oferece a 3 milhões de pessoas ferramentas generativas seguras de nível IL5 para trabalho não classificado.
• O lançamento surge após um aumento do investimento em defesa, novas regras de testes de IA e planos para sistemas autónomos.

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O Departamento de Guerra dos EUA lançou na terça-feira o GenAI.mil, uma nova plataforma que traz o Gemini for Government da Google para uso militar dos EUA pela primeira vez.

A medida surge numa altura em que o Pentágono acelera os planos para implementar IA em toda a sua estrutura militar, intensificando a corrida dos EUA com a China pela tecnologia de defesa de nova geração.

O lançamento seguiu-se ao Plano de Ação para a IA da administração em julho, que orientou as agências federais a acelerar a adoção de sistemas avançados de IA.

As autoridades afirmaram que as ferramentas de IA já estavam instaladas em computadores no Pentágono e em instalações militares em todo o mundo, formando a base do que o departamento chamou de uma força de trabalho “IA-primeiro”.

“O futuro da guerra americana está aqui, e escreve-se IA”, afirmou o Secretário da Guerra, Pete Hegseth, numa declaração em vídeo no X. “À medida que as tecnologias avançam, também avançam os nossos adversários. Mas aqui no Departamento de Guerra, não estamos de braços cruzados.”

Ao receber a autorização IL5, que permite ao Gemini lidar com dados sensíveis mas não classificados do Departamento de Defesa, a Google afirmou que o lançamento dará a mais de 3 milhões de funcionários civis e militares acesso às mesmas ferramentas avançadas de IA que as empresas utilizam para simplificar o trabalho administrativo e aumentar a produtividade.

“Este é um passo significativo para acelerar a adoção da IA em todo o setor público — tudo alojado nos sistemas seguros e fiáveis da Google”, afirmou o CEO da Google, Sundar Pichai, numa declaração.

Os militares dos EUA têm investido fortemente na aplicação de inteligência artificial aos campos de batalha do futuro, incluindo um pedido de orçamento para 2025 de 1,8 mil milhões de dólares para projetos de IA e machine learning, juntamente com parcerias que dão às agências de defesa acesso mais rápido a modelos comerciais de vanguarda.

O Departamento de Guerra não respondeu de imediato ao pedido de comentário da Decrypt, e a Google recusou-se a comentar para além das declarações públicas.

A utilização do Gemini pelo DOW surge numa altura em que empresas de IA, incluindo a Meta, Anthropic, OpenAI, xAI e Google, mudaram de posição quanto à permissão de uso dos seus modelos de IA pelo setor militar.

Em fevereiro, a Google removeu dos seus princípios de ‘IA na Google’ uma linguagem que dizia que o Gemini não seria utilizado para “Armas ou outras tecnologias cujo objetivo principal ou implementação seja causar ou facilitar diretamente danos a pessoas.”

Grupos de vigilância alertam que o governo federal está a adotar a IA demasiado rapidamente. Na segunda-feira, o Center for Democracy and Technology afirmou que as agências estão a implementar modelos de uso geral sem testes ou supervisão suficientes, arriscando erros, desperdício de fundos e danos públicos.

“Ao implementar apressadamente ferramentas de IA em grande escala sem testes, supervisão e apoio suficientes, a Administração Trump não só corre o risco de criar confusão significativa para as agências federais, como pode potencialmente abrir as portas a uma série de projetos de IA falhados que podem comprometer os objetivos das agências, desperdiçar fundos públicos, prejudicar o público e cimentar ainda mais o bloqueio de fornecedores,” escreveu Quinn Anex-Ries, Analista Sénior de Políticas.

A Google afirmou que os dados militares não serão usados para treinar os seus modelos públicos e que o sistema pretende agilizar tarefas como integração de novos funcionários, contratação e análise de políticas, com espaço para adicionar mais modelos à medida que o departamento expande o uso da IA.

“Com base no excelente trabalho do Subsecretário Emil Michael e da sua equipa, continuaremos a implementar de forma agressiva a melhor tecnologia do mundo para tornar a nossa força de combate mais letal do que nunca, e tudo isto é produzido nos EUA,” afirmou Hegseth. “As possibilidades com a IA são infinitas.”