Em Busca De: Investir em 2026

Construir Appchains Finalmente Faz Sentido

por Aadharsh Pannirselvam

É simples: cadeias desenhadas, construídas e ajustadas especificamente para aplicações vão transformar o setor. As melhores do próximo ano serão estruturadas deliberadamente a partir de componentes essenciais e princípios fundamentais.

A recente vaga de programadores, utilizadores, instituições e capital que aderiu ao onchain distingue-se dos anteriores: valorizam culturas próprias (ou seja, definições de experiência do utilizador) acima de ideais abstratos como descentralização e resistência à censura. Na prática, por vezes isto coincide com a infraestrutura existente e por vezes não.

Relativamente aos aspetos de UX que realmente importam para aplicações cripto-abstractas e orientadas para o utilizador comum, como Blackbird ou Farcaster, decisões centralizadas que há três anos seriam consideradas heréticas—como nós colocalizados, sequenciadores únicos e bases de dados personalizadas—fazem agora sentido. O mesmo se aplica a cadeias de stablecoin e plataformas de negociação como Hyperliquid e GTE, onde cada milissegundo, tick e preço ideal é decisivo.

No entanto, isto não se verifica em todas as novas aplicações.

Por exemplo, o crescente interesse institucional e de retalho pela privacidade surge como contrapeso à centralização. As necessidades e expectativas de experiência dos utilizadores de aplicações cripto variam drasticamente, e a infraestrutura deve acompanhar essa diversidade.

Felizmente, montar cadeias de raiz para responder a definições específicas de experiência do utilizador já não é tão complexo como há dois anos. Atualmente, é quase tão simples como montar um PC personalizado.

Pode escolher cada componente individualmente, mas se não precisa desse nível de detalhe, pode recorrer a serviços como Digital Storm ou Framework, que oferecem PCs personalizados para diferentes necessidades. Se estiver entre opções, pode adicionar peças às já selecionadas, garantindo compatibilidade. Assim, obtém modularidade, flexibilidade e pode excluir componentes desnecessários, mantendo o desempenho elevado.

Ao montar e ajustar componentes essenciais como mecanismos de consenso, camadas de execução, armazenamento de dados e liquidez, as aplicações criam formas culturalmente distintas que refletem necessidades diferentes, respondem a públicos-alvo únicos e retêm valor. Estas formas podem ser tão diferenciadas quanto ToughBooks, ThinkPads, PCs de torre ou MacBooks, mas também convergem e coexistem até certo ponto—não é como se cada computador tivesse o seu próprio sistema operativo. Além disso, cada componente torna-se um elemento ajustável pelas aplicações, sem risco de alterações disruptivas ao protocolo principal.

Com a aquisição da Malachite pela Circle à Informal Systems, é evidente que possuir soberania sobre blockspace personalizado é atualmente uma prioridade. No próximo ano, espero ver aplicações e equipas a definirem e a gerirem os seus próprios recursos de cadeia a partir de componentes essenciais e padrões sensatos fornecidos por empresas como Commonware e Delta, numa lógica semelhante ao HashiCorp ou Stripe Atlas para blockchains e blockspace.

No final, isto permitirá que as aplicações controlem diretamente os seus fluxos de caixa e aproveitem as características únicas das estruturas que criaram para oferecer a melhor experiência possível ao utilizador como vantagem competitiva, nos seus próprios termos.

Prediction Markets Continuarão a Inovar (Bem, Algumas Delas)

por Tommy Hang

Um dos grandes destaques deste ciclo tem sido os prediction markets. Com volumes semanais em todas as plataformas cripto a atingirem máximos históricos de 2 B$, é claro que esta categoria está a dar passos significativos rumo ao produto de consumo mainstream.

Este dinamismo gerou um efeito de arrasto para projetos adjacentes que pretendem complementar ou superar líderes de mercado como Polymarket e Kalshi. No meio do entusiasmo, distinguir inovação genuína do ruído é essencial para decidir o que merece atenção em 2026.

Do ponto de vista da estrutura de mercado, destaco soluções que reduzem spreads e aumentam o open interest. Apesar de a criação de mercados continuar permissionada e seletiva, a liquidez nos prediction markets ainda é relativamente limitada tanto para makers como para takers. Existe uma oportunidade real para melhorar sistemas de routing ótimos, modelos de liquidez diferenciados e eficiência de colaterais com produtos como empréstimos.

O volume por categoria é também determinante para perceber porque certos mercados superam outros. Por exemplo, mais de 90 % do volume da Kalshi em novembro veio de mercados desportivos, evidenciando como algumas plataformas estão melhor posicionadas para competir por liquidez vantajosa. Por contraste, a Polymarket registou 5-10 vezes mais volume que a Kalshi em mercados cripto e políticos.

Mesmo assim, os prediction markets onchain têm ainda muito caminho a percorrer até à adoção em massa. Um bom exemplo é o Super Bowl de 2025; só este evento gerou 23 B$ em volume num único dia nos mercados de apostas offchain, mais de 10 vezes o volume diário combinado de todos os mercados onchain atuais.

Fechar esta diferença exigirá equipas talentosas e inovadoras capazes de enfrentar os desafios centrais dos prediction markets, e estarei atento a estes intervenientes no próximo ano.

Curadores Agentes Escalarão o DeFi

por Eskender Abebe

A camada de curadoria no DeFi oscila entre dois extremos: totalmente algorítmica (curvas de taxas codificadas, regras de reequilíbrio fixas) ou totalmente humana (comités de risco, gestores ativos). Os curadores agentes representam um terceiro modelo: agentes de IA (LLMs + ferramentas + loops) que gerem curadoria e políticas de risco em vaults, mercados de empréstimos e produtos estruturados. Não se limitam a executar regras, mas raciocinam sobre risco, rendimento e estratégia.

Pense no papel do curador em mercados Morpho, onde alguém define políticas de colateral, limites LTV e parâmetros de risco para criar um produto de rendimento. Atualmente, este é um gargalo humano. Os agentes podem escalar este processo. Em breve, veremos curadores agentes a competir diretamente com modelos algorítmicos e gestores humanos.

Quando veremos o Move 37 do DeFi?

Quando falo com gestores de fundos cripto sobre IA, ouço duas opiniões: ou os LLMs vão automatizar todas as mesas de trading, ou são brinquedos ilusórios incapazes de sobreviver aos mercados reais. Ambas ignoram a mudança arquitetónica. Os agentes trazem execução sem emoção, adesão sistemática a políticas e raciocínio flexível para domínios onde humanos são ruidosos e algoritmos puros são frágeis. Provavelmente supervisionarão e/ou comporão algoritmos de nível inferior, em vez de os substituir. O LLM atua como arquiteto, desenhando o recinto de segurança, enquanto o código determinístico permanece na linha de latência crítica.

Quando o custo do raciocínio profundo cair para cêntimos, os vaults mais rentáveis não serão os que têm os humanos mais inteligentes, mas sim os que têm mais capacidade computacional.

Shortform Video é a Nova Montra

por Katie Chiou

O vídeo curto está a tornar-se a interface padrão para descobrir e comprar conteúdos favoritos. A TikTok Shop gerou mais de 20 B$ de GMV no primeiro semestre de 2025, quase duplicando face ao ano anterior, e está a formar silenciosamente uma audiência global para encarar o entretenimento como montra.

Em resposta, o Instagram transformou os Reels de uma funcionalidade defensiva num motor de receita. O formato gera mais impressões e representa uma fatia crescente da receita publicitária projetada da Meta para 2025. O Whatnot já provou que a venda ao vivo, centrada na personalidade, converte a uma taxa que o comércio eletrónico tradicional não consegue igualar.

O ponto é simples: as pessoas tomam decisões mais rapidamente quando assistem a conteúdos em tempo real. Cada swipe é um ponto de decisão. As plataformas sabem disto, razão pela qual a linha entre feed de recomendações e fluxo de checkout está a desaparecer. O feed é o novo ponto de venda e cada criador é um canal de distribuição.

A IA intensifica ainda mais esta mudança. Reduz o custo de produção de vídeo, aumenta o volume de conteúdos e facilita aos criadores e marcas testar ideias em tempo real. Mais conteúdo significa mais oportunidades de conversão, e as plataformas respondem otimizando cada segundo de vídeo para intenção de compra.

O cripto encaixa perfeitamente nesta transformação. Conteúdos mais rápidos exigem sistemas de pagamento mais rápidos e eficientes. À medida que as compras se tornam fluidas e integradas diretamente no conteúdo, é preciso um sistema capaz de liquidar micropagamentos, atribuir e dividir receitas programaticamente, e rastrear contribuições numa cadeia complexa de influência. O cripto foi desenhado para este tipo de fluxo, e é difícil imaginar uma era de comércio nativo do streaming em hiperescala sem ele.

Blockchains Vão Impulsionar Novas Leis de Escalabilidade da IA

por Danny Sursock

Nos últimos anos, o foco da IA centrou-se numa corrida multimilionária entre hyperscalers e startups gigantes, com inovadores descentralizados relegados para segundo plano.

No entanto, com a atenção noutros lados, várias equipas cripto-nativas fizeram avanços notáveis no treino e inferência descentralizados, e a fronteira desta revolução silenciosa passou dos quadros brancos para ambientes de teste e produção.

Agora, equipas como Ritual, Pluralis, Exo, Odyn, Ambient, Bagel e outras estão prontas para o próximo nível. Esta nova geração de concorrentes está preparada para desencadear impactos transformadores na trajetória fundamental da IA.

As limitações de escalabilidade podem ser superadas com modelos treinados em ambientes distribuídos globalmente, recorrendo a novas abordagens de comunicação assíncrona e paralelismo já comprovadas em produção.

Novos mecanismos de consenso e componentes de privacidade estão a tornar a inferência verificável e confidencial uma opção real para builders onchain.

Além disso, arquiteturas revolucionárias de blockchain vão unir contratos inteligentes a um tecido computacional expressivo, agilizando agentes autónomos de IA que utilizam cripto como meio de troca.

O trabalho fundamental está feito.

O desafio agora é escalar estes substratos infraestruturais para produção e provar porque as blockchains podem impulsionar inovação real em IA para além de experiências filosóficas, ideológicas ou de fundraising imitativo.

Real World Assets Verão Adoção Real

por Dmitriy Berenzon

Já ouvimos falar de tokenização há vários anos, mas com a adoção generalizada de stablecoins, rampas de entrada e saída mais eficientes, e maior clareza regulatória global, estamos finalmente a assistir à adoção dos RWAs em escala. Segundo a RWA.xyz*, existem atualmente mais de 18 B$ em ativos tokenizados em diversas categorias, face a 3,7 B$ há apenas um ano, e espero que o ritmo aumente em 2026.

É importante notar que Tokenização e Vaults são padrões de design distintos para RWAs: enquanto a tokenização cria representações onchain de ativos offchain, os vaults criam pontes entre capital onchain e rendimento offchain.

Estou entusiasmado por ver tokenização e vaults proporcionarem acesso a uma vasta gama de ativos físicos e financeiros, de commodities como ouro e metais raros a crédito privado para capital de trabalho, financiamento de pagamentos, ações privadas e públicas, e mais moedas globais. Vamos inovar: quero ver ovos, GPUs, derivados energéticos, acesso a salários ganhos, Treasuries brasileiras, iene japonês, etc., tudo onchain!

Não se trata apenas de pôr mais ativos onchain. Trata-se de melhorar a alocação de capital global através de blockchains públicas, tornando mercados opacos, lentos e fragmentados acessíveis, programáveis e líquidos. Uma vez onchain, usufruiremos dos benefícios da composabilidade com os componentes DeFi já existentes.

Por fim, muitos destes ativos enfrentarão desafios de transferibilidade, transparência, liquidez, gestão de risco e distribuição, pelo que infraestrutura que mitigue estas questões será igualmente fundamental e entusiasmante!

Está a Chegar uma Renascença de Produtos Agente-Driven

por Ash Egan

A próxima evolução da web será menos influenciada pelas plataformas que navegamos e mais pelos agentes com quem interagimos.

Bots e agentes já representam uma fatia rapidamente crescente da atividade web. Estima-se que estejam por trás de cerca de 50 % da atividade, incluindo onchain e offchain. No cripto, bots estão cada vez mais a transacionar, curar, assistir, analisar contratos e agir em nosso nome, desde trading de tokens e gestão de tesourarias até auditoria de smart contracts e desenvolvimento de jogos.

Entrámos na era da web programável e orientada por agentes. Embora já estejamos neste paradigma, 2026 será o ano em que o design de produtos cripto começará a privilegiar bots em vez de humanos (de forma positiva e libertadora).

O que isso significa está ainda a ser definido, mas preferiria interagir com uma interface de chat simples para gerir bots onchain, em vez de saltar de site em site. Imagine o Telegram, mas com conversas entre agentes específicos para cada aplicação ou tarefa. Estes agentes poderiam executar estratégias complexas, pesquisar informação relevante, reportar resultados de transações, riscos, oportunidades e informação curada. Dou-lhes uma tarefa e eles identificam oportunidades, filtram o ruído e executam no momento ideal.

A infraestrutura já existe onchain. Combinando grafos de dados abertos, micropagamentos programáveis, grafos sociais onchain e rails de liquidez crosschain, temos tudo para um ecossistema dinâmico de agentes. O cripto, por ser plug-and-play, reduz burocracia e obstáculos para agentes. As blockchains estão muito melhor preparadas para isto do que a infraestrutura web2.

Este é o ponto principal: não se trata apenas de automação, mas de libertação dos silos web2, do atrito e da espera. O paradigma está a mudar: cerca de 20 % das pesquisas Google já produzem uma AI Overview, e os dados mostram que, ao verem isto, as pessoas clicam menos em resultados tradicionais. Vasculhar páginas tornou-se desnecessário. A web programável e orientada por agentes vai expandir este conceito para as aplicações, e isso é positivo.

Esta era trará menos doomscrolling, menos trading por pânico. As discrepâncias de fusos horários vão desaparecer. Interagir com o mundo onchain será mais fácil e expressivo para todos os programadores e utilizadores.

À medida que mais ativos, sistemas e utilizadores migrarem para onchain, o ciclo intensifica-se.

Mais oportunidades onchain → mais agentes implementados → mais valor desbloqueado. Repita.

Mas o que construirmos agora, e como o fizermos, determinará se esta web orientada por agentes será apenas uma camada superficial de ruído e automação, ou se iniciará uma renascença de produtos dinâmicos e capacitadores.

*denota empresa do portefólio Archetype

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